terça-feira, 29 de maio de 2007



A maioria das crianças desaparecidas, entretanto, localizadas pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC) através do Projecto Rua, é encontrada a prostituir-se. Só nos últimos três meses, e em Lisboa, foram encontrados 24 jovens na prostituição, 17 dos quais no Parque Eduardo VII – um número elevado quando comparado com o total de 33 crianças recuperadas, nestas condições, em todo o ano de 2006. Contas feitas, desde o início do ano passado até agora foram detectados 57 menores a vender o corpo na capital.

Segundo os dados divulgados pelo IAC, na sequência do Dia Internacional das Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente, o Parque Eduardo VII, no centro de Lisboa, continua a ser a principal zona de risco da capital, seguida pelas imediações do Instituto Superior Técnico e do Intendente. As vítimas são na sua maioria rapazes portugueses com menos de 16 anos, que fogem de casa por diversas razões, designadamente maus tratos. Aliás, dos 79 casos de desaparecimentos participados ao IAC desde 25 de Maio de 2004 – data em que entrou em funcionamento a linha SOS 1410 –, 34 revelaram ser fugas protagonizadas pelos menores, 22 raptados por familiares e apenas oito se concluiu tratar-se de raptos por terceiros. Em Lisboa foram detectados o maior número de casos: 35. É também na capital que funciona o Projecto Rua do IAC, coordenado por Matilde Sirgado, através do qual foram identificadas, em 2006, 106 crianças de rua: 31 por denúncia e 76 por diagnóstico presencial dos técnicos, que patrulham as principais zonas de risco de Lisboa. No entanto, e numa altura em que Portugal assiste com expectativa ao caso do desaparecimento de Madeleine, de quatro anos, no Algarve, o IAC lembra que há muitos casos falsos que também inflacionam as estatísticas dos desaparecimentos.Muitas das situações são denunciadas por pais que, posteriormente, se verifica estarem impedidos de contactarem com os filhos e outras têm como objectivo principal benefícios económicos, como é o caso dos muitos e-mails falsos. “Sempre que receberem esses e-mails reencaminhem para nós [http://www.iacrianca.pt/]”, alertou Alexandra Simões, explicando que o IAC poderá imediatamente confirmar se se trata de uma situação verdadeira ou falsa.

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